Boneca de Pano

Muñeca” do espanhol é a designação para a nossa boneca, que para muitos inclusive é a origem das bonecas de pano introduzidas no Brasil através da península ibérica na época da colonização, apesar de já existirem na cultura Indígena e na cultura Africana.  A origem das bonecas remonta desde a civilização Babilônica,  atravessa os séculos desde o Egito, Roma, Grécia antiga, Japão e China.

A Boneca de pano é a forma mais simples de confecção em tecido e algodão, podendo ser preenchida com diversos materiais pelas bonequeiras, costureiras ou como nós artesãs.

As “casas das bonecas” e os “Dochenmacher” (fabricantes de bonecas) surgiram nas cidades alemãs de Augsburgo, Nuremberge e Sonneberg por volta do séc. XV, juntamente com a cidade de Paris na França onde a comercialização e produção começam a ganhar dimensões maiores. Na Holanda começam a despertar maior interesse no séc. XVII, mas é nos sec. XIX e início do séc. XX que o ápice da fabricação desperta interesses das classes mais abastadas, onde eram utilizadas roupas e trajes da corte e reproduziam fielmente a figura humana. As roupas das bonecas, inclusive, eram elaboradas por grandes costureiros da época e surgiram também pessoas interessadas na produção artesanal.

Para as classes mais pobres as bonecas de pano eram feitas manualmente e se utilizava os materiais disponíveis como: lenços, trapos, farrapos, sobras de pano, palha, algodão e etc… Na tradição africana, as bonecas abayomi, feitas de sobras de pano com nós onde não se utiliza nenhum tipo de cola ou costura e são sempre negras e representam geralmente os orixás.

Oficina_de_bonecas_Abayomi_no_Museu_Afro_Brasil

Exemplo de boneca Abayomi | FOTO: http://www.bonecasabayomi.com.br

 

Na literatura infantil duas bonecas ficaram famosas:

  • Emília, boneca sapeca e falante que vira humana no livro “As Histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo” do escritor Monteiro Lobato e que ganhou diversas adaptações para a TV brasileira e uma série da Rede Globo.

boneca emília

Sítio do Pica Pau Amarelo
boneca Emília (acima)  e Sítio do Pica-Pau Amarelo (abaixo)
  • A “Boneca de Retalhos”  usada para espetar alfinetes e agulhas do livro “O Mundo Mágico de Oz” do escritor L. Frank Baum e que ganhou um filme para o cinema e diversas peças de teatro e adaptações pelo mundo inteiro, tornando-se um clássico e um verdadeiro ícone mundial.
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cena do filme “O Mágico de Oz”
Na década de 1950 o compositor José de Assis Valente, baiano de Pateoba, porém dizia que era de Santo Amaro/BA escreveu o samba-canção chamado “Boneca de Pano” , sua última canção gravada pelo grupo Quatro Ases e Um Coringa. Confira a letra abaixo:

 

Boneca de Pano

“O tempo foi se passando

E ela se desmanchando

E hoje quem olha pra ela não diz quem é

Em vez de boneca de louça

Hoje é boneca de pano

De um sombrio cabaré”

 

Carmen Miranda e Assis Valente
Carmem Miranda e Assis Valente

FonteBoneca/wikipédia   Boneca de pano/wikipédia     Ivoni Gama Dolls   Renata Rocha    Pesquei na net   Raça Brasil